terça-feira, 31 de março de 2015

Os prós e os contras


Semanas de manifestações pró e contra Dilma. Sintomáticas, mas ainda periféricas. As manifestações pró-Dilma não parecem ter mobilizado muito mais do que o aparato do PT e sua área de influência direta, quase toda ela dependente, de uma ou outra forma, do Estado. A presença da CUT e sindicatos não deve ser superestimada: a estrutura sindical de hoje é ainda essencialmente a mesma que foi herdada pelo PT do tempo dos pelegos do Ministério do Trabalho, pensionista do imposto sindical. 


De todo modo, essas manifestações só existiram como reflexo defensivo de um aparelho estatal e partidário empurrado contra as cordas pelo escândalo da Petrobrás. 

O governo Dilma é fraco, e não apenas por ter perdido de pouco, mas por ter ganhado onde menos é relevante o peso do operariado industrial e, sobretudo, por ter quase perdido para o morto-vivo eleitoral da burguesia, a quem a cúpula petista se aliou tacitamente para não ser atropelada pelo “efeito Marina Silva”. 

O fim da corrupção nos negócios do Estado é uma aspiração democrática legítima. Democracia significa, dentre outras coisas, que os assuntos públicos devem ser tratados com transparência, que as leis devem ser respeitadas e que aqueles que comprovadamente as transgridem devem ser devidamente julgados e punidos.

As manifestações anti-Dilma têm sinais contraditórios. Por um lado, expressam o descontentamento legítimo com práticas que a maioria dos brasileiros tem todo o direito de julgar inadmissíveis em qualquer caso e muito mais sob os governos do Partido dos Trabalhadores: a corrupção e a dilapidação do patrimônio do Estado. Não se trata de que os trabalhadores são santos, mas de que essas licenças não são, definitivamente, parte constitutiva da sua psicologia política, muito menos de sua perspectiva histórica! 

Por outro, elas traduzem a malversação oportunista, por parte da grande imprensa, da cessação do crescimento econômico - que teria como causa fundamental não a anarquia do mercado mundial, mas equívocos da gestão econômica petista. A leniência dos governos do PT, por dolo ou omissão, com o pagamento de propinas a políticos e altos funcionários de empresas estatais, torna mais ou menos automática essa ilação. 

Aqui, desgraçadamente, é o feitiço se voltando contra o feiticeiro, uma vez que os sucessivos governos do PT infundiram na população a crença de que o crescimento econômico existiria para sempre desde que Lula estivesse no poder, ou seja, de que Lula tinha o poder mágico de conjurar as crises espasmódicas do sistema capitalista. Os governos petistas não apenas iludiram a sua base social original com respeito aos limites da sua ação como deram aos seus inimigos os meios de culpá-los pelo desarranjo da economia que eles garantem ser não apenas a mais eficaz como a única possível - crise cujo ônus, por ironia, cabe ao governo Dilma administrar. 

Ou seja, o PT acaba triplamente maldito: por coonestar com a corrupção, por causar a crise econômica e por lhe caber a administração dos remédios amargos necessários à retomada do crescimento nos termos do capital monopolista. 

A incógnita continua sendo a classe trabalhadora, ausente como tal da vida política desde que foi descartada por Lula como um fator de perturbação do consenso social. No Brasil, país em que sindicatos e partidos da classe trabalhadora são pouquíssimo enraizados, a concertação social tende a se materializar na figura do presidente eleito que a todos representa. Da classe trabalhadora que, na década de 1980, levou Lula ao centro da vida política nacional, só restam os aparelhos domesticados pelo Imposto Sindical. E mesmo estes o partido só convoca em situações extremas, como agora, para contrabalançar os efeitos negativos das manifestações anti-Dilma de 15 de maio.

A tendência é que Dilma, para se proteger, se descole do aparelho partidário - refletindo, à sua maneira, o movimento de Marta Suplicy -, uma vez que lhe cabe o ônus de "fazer o dever de casa" sem que o partido lhe possa dar guarida nessa questão. Ao contrário, a tendência do aparelho do partido é se mover, como por reflexo, no sentido do “volta Lula”, o único movimento capaz de, em tais circunstâncias, manter a sua coesão.

Redesenhado para ministrar justiça econômica em uma economia de crescimento ininterrupto, o PT, na crise, nada tem a oferecer ao país além da união nacional em torno de Luís Inácio da Silva, o social-democrata carismático, singularíssimo amálgama histórico de Getúlio, o pai dos pobres, Juscelino, o desenvolvimentista e Lula, o metalúrgico. 

2015-03-31


segunda-feira, 30 de março de 2015

Detalhes tão pequenos...

Deu na ESPN online
29-03-2015, por agência Gazeta Press
http://espn.uol.com.br/noticia/496517_para-parreira-merito-de-dunga-e-usar-filosofia-implantada-por-zagallo
Para Parreira, mérito de Dunga é usar filosofia implantada por Zagallo 
Foto: Getty/ESPN online
"É um conceito muito concreto: quando o futebol brasileiro aprende a jogar sem a bola, fica quase imbatível. Esse é o desafio de um técnico da seleção. Quando isso acontece, você está muito próximo do resultado positivo". (Continua)

2015-03-30




domingo, 29 de março de 2015

Trilha sonora: Two Doves













Two Doves
David Longstreth
Por Dirty Projectors

Geranium kisser
Skin like silk and face like glass
Don't confront me with my failures
Kiss me with your mouth open
For your love, better than wine
For your cologne is really fragrant
Call on me, call on me, call on me

Your hair is like an eagle
Your two eyes are like two doves
But our bed is like a failure
All day up in the family
At the waning of the light
To the chamber that conceived me
Call on me, call on me, call on me


Geranium killer
Throat of soil of and mind like stone
Please don't defend a silver lining
Around the halo of what is already shining
When all the planets are aligning
For an afternoon that's never ending
Call on me, call on me, call on me

sábado, 28 de março de 2015

NYTimes valida verbete de Avebarna

Deu no NYTimes
Editorial de 26-03-2015 ("A Dangerous Escalation in Iraq")
Relief aid, including electricity and water, should be delivered immediately to Tikrit. The militias must be marginalized or their fighters integrated into Iraqi institutions like the army and the police so that they serve the state rather than a warlord or faction. Grand Ayatollah Ali al-Sistani, the senior leader of the Shiite world, can have an important function in making the case for a more inclusive government. So can Iran, whose fitness for rejoining the international community will be judged by its willingness to cooperate on security in the region.

Comunidade internacional:

Entidade virtual e informal alternativa à ONU, inventada pela Casa Branca para reverberar as suas opiniões como sendo o ponto de vista da humanidade civilizada, constituída por suas alianças diplomáticas e militares, instituições estatais, para-estatais e privadas, além de uma vasta rede mundial de acadêmicos e jornalistas que lhe prestam tributo diariamente. Embora nada tenham que ver com isso, muitos desavisados costumam não apenas admitir a sua existência real como atribuir-lhe foros de indiscutível legitimidade. Olho vivo, gente. 

Acesse o Glossário de Sociologia e Política Contemporâneas clicando em 

sexta-feira, 27 de março de 2015

Avebarna Courier

El País:
Los niños pobres sufrirán toda su vida los efectos de la crisis 

Expertos en salud pública alertan del impacto en los menores de las penurias económicas



Por Jaime Prats 27-03-2015

“Hay pruebas científicas suficientes para afirmar que el grado de pobreza infantil alcanzado en España dejará efectos indelebles en la salud de los niños a lo largo de su vida”. La frase corresponde a un comunicado emitido este viernes por la Sociedad Española de Salud Pública y Administración Sanitaria (SESPAS) en el que, tras recoger distintos indicadores sobre los efectos que ha tenido la crisis económica entre la población de menor edad en los últimos años, alerta de que la exposición en la infancia “a situaciones de privación y de desigualdades” se asocia a “peores resultados en salud a corto, medio y largo plazo”. Y añade: “cuanto más precoz es la exposición, más irreversibles y negativos son los efectos negativos”.

Para ler a matéria completa, clique em

quinta-feira, 26 de março de 2015

PPPs e DDDs

Deu na folha de São Paulo
24/03/2015 Por Sérgio Rangel
'Não vamos fazer lucro com os Jogos', diz diretor-geral do comitê da Rio-2016
Entrevista com Sidney Levy, diretor-geral do comitê organizador da Rio-2016


A imagem da Vila Olímpica 
Rio 2016 sintetiza a
composição orgânica do
Capital no Século XXI (©Piketty):
No primeiro plano a Festa,
no segundo a Ordem,
no terceiro a Taxa de Lucro 
O relevante depoimento do Dr. Levy, CEO do COI, sugere ao blogueiro a seguinte descrição da Democracia Capitalista do Professor Merval, que, como deveria saber todo leitor deste nefando blog político-escatológico, "ainda NÃO é um Capitalismo de Estado como o chinês".

Para promover grandes eventos e empreendimentos urbanos suficientemente lucrativos (artigo raro nos dias de hoje e origem de toda essa confusão), mas que dependem de montanhas de gastos em infraestrutura e equipamentos públicos (fora as vantagens fiscais e direitos extraconstitucionais), os proprietários das grandes marcas internacionais se associam aos Estados pela via das chamadas PPPs - Parcerias Público-Privadas - e suas congêneres.

A característica essencial das PPPs é que o lucro dos empreendimentos fica todo com os privados e a dívida com os Estados para ser repartida entre os agradecidos cidadãos. As PPPs são uma moderna técnica auxiliar do já secular conluio terapêutico conhecido como DDD - Diálise Despesa-Dívida [Pública], do qual depende a saúde e longevidade da vetusta tutelanda do Professor Merval. 

A versão contemporânea da DDD compreende duas fases: na primeira (Despesa Pública) ganham as empreiteiras e concessionárias, na segunda (Dívida Pública), os bancos. O governo é o "laranja", o nível de emprego (ou a revitalização da cidade) o álibi e os trabalhadores em geral os "pagadores de última instância". 

Quando o Tesouro não tem mais grana para honrar a dívida, a diálise colapsa e a paciente entra em crise. Alarme! É a hora do E.R.: os bancos credores passam a pedir a “contenção do gasto público”, o professor Merval a perorar as virtudes do “dever de casa” e o outro Levy - o ministro – a ministrar, como compete ao cargo, o “remédio amargo”. Restabelecidos os sinais vitais, a veneranda senhora retorna à santa rotina da sua DDD!

E la nave va, com mais uma rodada de concessões e PPPs.


Leia a entrevista completa com o Dr. Sidney Levy clicando em 



2015-03-26

quarta-feira, 25 de março de 2015

Não se moven! Rend's boy!

Deu n’O Globo online
24-03-2015, Por J Gama, S Iglesias, L Damé, C Jungblut, S Roxo e F Ilha 

Prefeito do Rio vai à Justiça contra Dilma para reduzir dívida do município 
Presidente suspende renegociação de dívidas com estados e prefeituras

Montagem: Avebarna


2015-03-25

terça-feira, 24 de março de 2015

Glossário de Sociologia e Política Contemporâneas

Dever de casa:
O Professor Merval,
PhD em Semiótica Econômica ,
discorre sobre a simbologia do
PIB nos países
que fazem o Dever de Casa
Devastação periódica a que - na opinião de jornalistas abalizados, acadêmicos judiciosos e economistas empedernidos - os países devem se submeter, voluntariamente ou não, para fazer jus às alegrias do crescimento econômico e da prosperidade social. Até fins do século XX julgava-se que este método só era benéfico para os países pobres e “em desenvolvimento”. Considerando, porém, a prova empírica dos BRICS, que, tendo feito o “dever de casa” nas décadas de 1980 e 1990, iniciaram na década de 2000 uma etapa de crescimento impetuoso a ponto de conquistar o status de “emergentes”, essa técnica passou a ser usada também nos países ricos – a começar, é claro, de sua periferia imediata - para desespero da comunidade de economistas keynesianos.
(Sinônimos: “políticas de austeridade”, "reformas estruturais", "remédio amargo"; termo correlato: “capitalismo do desastre”; indicação para pesquisa: Davis, Mike: Planeta Favela).



Para acessar o glossário, clique 
http://avebarna.blogspot.com.br/p/democracia-1_10.html


2015-03-23

segunda-feira, 23 de março de 2015

O Que É: Reforma Estrutural da Economia

Deu no El País
Por Manuel  V . Gómez 21-03-2015

Plantillas renovadas, sueldos más bajos 
La devaluación salarial se ceba en los que han perdido su trabajo y vuelven a ser contratados 
Salários iniciais dos trabalhadores
que começam a trabalhar
Fonte: El País
Casi una década después, España vuelve a situarse entre los países que más empleo crean en Europa. Y lo ha hecho con un crecimiento del Producto Interior Bruto (PIB) mucho menor que en salidas de crisis anteriores. Un avance medio del 1,4% en 2014 ha bastado para que se hayan generado casi medio millón de puestos de trabajos nuevos en un año. El empleo crece, el PIB acelera su ritmo de expansión —al 2% en el tramo final de 2014, a cerca del 3% en las previsiones para 2015—, pero la devaluación salarial sigue ahí, atenuada por el menor coste de la vida. Esta misma semana, la encuesta de coste laboral reveló que a finales del año pasado, el salario medio había descendido un 0,2% en tasa anual. Un nuevo retroceso que llega en buena medida de la mano de los sueldos de esos nuevos empleos, significativamente más bajos que los de los destruidos durante la crisis. (Continua)


Leia a matéria completa clicando em 



2015-03-22

domingo, 22 de março de 2015

Trilha sonora: A Famous Myth

A Famous Myth
J. Comanor

I'm gonna exchange my things
for precious wings and fly,
Over the valley of the kings
 and the queens
 where the sleeping cities lie.
One bright night, I'm gonna fly
 right out my window.
Gonna fly so high in the night sky
that the people below
won't see me go by.
Gonna fly all around, and smile down
on the sleeping countryside.
Fly all around, never come down
till Soloman takes another bride.
Then I'm gonna exchange
my precious wings  for things and die....
Over the valley of the kings and the queens
where the sleeping cities lie.
One bright night I gonna fly
right out my window.
Gonna fly so high in the night sky
that the people below won't see me go by.
Gonna fly all around, and smile down
 on the sleeping countryside.
Fly all around, never come down
till Soloman takes another bride.
Then I'm gonna exchange my precious wings
 for things and die....
Over the valley of the kings and the queens
 where the sleeping cities lie.
One bright night I gonna fly
right out my window.
Gonna fly so high in the night sky
that the people below won't see me go by.

sábado, 21 de março de 2015

Divórcio à vista?

A grande ausente na cena política brasileira parece ser, agora como em junho de 2013, a classe trabalhadora. Claro está  que não vejo como “a classe trabalhadora presente na cena política” os aparatos sindicais e suas áreas de influência imediatas mobilizados na última sexta-feira 13 para defender o governo Dilma das pechas de corrupto e incompetente. 

Esse fato admite, por certo, uma mescla de interpretações conjunturais, estruturais, econômicas, sociológicas, antropológicas e até históricas. Mas como este blog não é capaz de ir tão longe, nem tão fundo, eu prefiro seguir a pista das declarações que vêm saindo da boca da presidente, dos chefes petistas e até do presidente da câmara, a indicar que "a corrupção no Brasil não nasceu ontem e suas raízes contemporâneas estão fincadas no governo FHC”. 

Em face de tal álibi, um jovem trabalhador interessado na vida da nação (atitude rara no seio do patronato, é bom que se diga) poderia pensar: “Certo. A privataria tucana. Ouvi falar dela quando era criança. Mas o que é que o partido que pretende representar a minha classe social andou fazendo esse tempo todo que não moveu uma palha para investigar os malfeitos herdados nem para acabar com a corrupção vicejante bem debaixo do seu nariz e ao abrigo de suas próprias nomeações políticas?" 

Convenhamos: para qualquer trabalhador que, embora não frequente os círculos sindicais, ainda se considere representado pelo PT e seus governos, há de ser profundamente desmoralizante que tenha cabido à polícia e à justiça a tarefa de trazer à tona uma rapinagem tão evidente e escabrosa como o propinoduto da Petrobrás, dando à grande imprensa e ao patronato mais uma imperdível oportunidade de expô-la à nação como uma tara original do movimento a que hoje eles se permitem o luxo de chamar sarcasticamente de "lulopetismo"!

É difícil, a essa altura, imaginar um bom motivo pelo qual a classe trabalhadora brasileira sairia espontaneamente em defesa de um governo seriamente suspeito de conivência interessada - ainda que por motivos de financiamento de campanhas eleitorais - com a indústria da corrupção. E o  que é pior, reincidente!, se considerarmos que Lula e Dilma são a continuidade do mesmo movimento histórico.   

E a ironia da história é que, justo no momento em que mais precisa da classe social que seu nome diz representar para enfrentar as hienas de plantão - porta-vozes de um empresariado que sempre, e ainda mais depois que inúmeros de seus executivos foram apanhados com a boca na botija, preferiu o anonimato (e a boa vizinhança com os quarteis) - o Partido dos Trabalhadores se vê na contingência de ter de responder com as armas do adversário a uma crise econômica que até as pedras sabiam que um dia iria chegar. Ou alguém pensa seriamente que, no capitalismo contemporâneo, um país está livre de ciclos recessivos e freadas bruscas só porque os especialistas em negociações trabalhistas e arranjos parlamentares ocupam os postos-chaves do poder político? 

Pois este mesmo governo está prestes a pedir à classe trabalhadora, por meio do ministro banqueiro, que pague a conta de um programa de gastos públicos que, se bem lhe proporcionou uma boa década de emprego seguro e recuperação salarial, foi amplamente moldado pelas necessidades de um pequeno comitê de empreiteiras, concessionárias, incorporadoras, bancos e multinacionais do entretenimento esportivo. 

Como esquecer que as reivindicações da meia-passagem e da abertura das contas das concessões de transportes estiveram na base da surpreendente revolta de junho de 2103 - um quase incêndio nacional inflado pelo imenso mal-estar político com os gastos para a Copa do Mundo e os incríveis privilégios concedidos às empreiteiras e à FIFA?

Aviso, portanto, não faltou. 

Eu acredito que o trabalhador comum continua muito mais interessado em encher a panela do que em fazer dela tamborim, o barulhento passatempo que anda mobilizando - não sem alguma razão, é preciso admitir - os bairros mais valorizados e bem aquinhoados de serviços das grandes cidades. Mas, cá entre nós, em nome do quê ele irromperia na cena política, como membro de sua classe, sem sequer ter sido chamado e justo na pior hora, anos depois de dispensado pelas lideranças de seus pais como um traste obsoleto, uma presença inoportuna no banquete do desenvolvimentismo socialmente concertado?

Meu palpite – porque em coisas do coração nunca se pode ter certeza – é que a classe trabalhadora brasileira está irremediavelmente estranhada com o seu partido, e pelo pior dos motivos: anos de indiferença e autoindulgência com boemia, esbórnias e infidelidades, agravos que, como todo mundo sabe, não só não se reparam com casa, comida e roupa lavada como deixam ressentimentos difíceis de curar.

Resta saber quão prolongado e doloroso será o divórcio. E, caso ele se consume, se a rejuvenescida senhora pretenderá, um dia, tornar a casar. 


2015-03-21

sexta-feira, 20 de março de 2015

quinta-feira, 19 de março de 2015

quarta-feira, 18 de março de 2015

O planeta do Dr. Meirelles

Deu na Folha de São Paulo
15-03-2015
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/henriquemeirelles/2015/03/1603002-o-mundo-como-ele-e.shtml


O mundo como ele é
por Henrique Meirelles 
Montagem: Avebarna
“(..) O cenário mundial, portanto, está muito diferente da perspectiva de poucos anos atrás, num quadro que agora poderíamos chamar de volta ao normal. Países liderados pelos EUA, mais abertos e competitivos, com baixa regulação e governos menos intervencionistas, voltam a sustentar o crescimento mundial e a aumentar suas importações.”
(Continua)
  




De onde foi que eu tirei a ideia de que os Estados intervieram com dinheiro público para salvar os bancos, que haviam afundado no atoleiro da desregulação, e daí passaram a tomar as casas dos mutuários, que não podiam pagar as hipotecas porque tinham perdido seus empregos e acabaram, em consequência, tendo de baixar drasticamente os salários, abrir mão de direitos e aceitar trabalho precário – e aí, sim, a economia ficou normal e saudável e voltou a crescer? 

Leia o texto completo da coluna completa clicando em


2015-03-17

terça-feira, 17 de março de 2015

Reencarnação Cultural

Deu no NYTimes
By Chris Buckley, 11 de março de 2015

China’s Tensions With Dalai Lama Spill Into the Afterlife 
Seguindo as instruções de Mr. Zhu,
o Dalai Lama estuda atentamente
o Livro Verde dos Pensamentos do
Camarada Deng para saber se poderá
reencarnar, no momento oportuno,
como gafanhoto na juventude do PCC
“Decision-making power over the reincarnation of the Dalai Lama, and over the end or survival of this lineage, resides in the central government of China,” said Mr. Zhu, formerly a deputy head of the United Front Department of the Communist Party, which oversees dealings with religious and other nonparty groups. (..) Mr. Zhu accused the Dalai Lama of trampling on sacred traditions. “In religious terms, this is a betrayal of the succession of Dalai Lamas in Tibetan Buddhism,” he said. (Continua)



Leia a matéria completa do NYTimes clicando em 


2015-03-16

domingo, 15 de março de 2015

Trilha sonora: E chiove
















E Chiove
Joe Amoruso, Sergio Cirillo
(Arranjo Dori Caymmi)

Comm'è stretta 'sta via
À 'ggente nun ce cape
Se fa 'na prucessione
Ca cammina chianu chianu
Nun è morto nisciuno
Num è 'o santo e nisciuno
Nun se sente na voce
E nun sona na campana
E intanto 'o core aspetta
Ca s'arapene 'e funtane
E chiove, n'capo 'e criature
Vulesse arravuglià 'sta luna cu 'na funa
Pe m'a purtà luntano
Pe m'a purtà luntano
Addo''o cielo che è cielo
Nun se fai mai scuro
E chiove, n'terra e nisciuno
Vulesse cummanà pe' spremmere e dulure
Dinto a 'stu ciummo amaro
Ca nun conosce 'o mare
Pecchè 'o mare è luntano eppure sta vicine
Ritornello
Comm'è llonga 'sta via
Pecchè nun sponta mai
Se perde dint' 'e 'pprete
'mmiezo 'e carte arravugliate
Sotto 'a l'evera 'e muro
Ca s'arrampeca e 'ggiura
'e jastemme de'journe
'e serate senza pane
E intanto 'o cuore aspetta
Ca s'arapene 'e funtane
E chiove, n'capo 'e criature...


sábado, 14 de março de 2015

Atualização de verbete

Deu n’O Globo online
13-03-2015

Médicos realizam primeiro transplante de pênis bem-sucedido no mundo
Cirurgia na África do Sul implantou órgão em paciente de 21 anos, que demonstrou recuperação rápida e completa




2015-03-14

sexta-feira, 13 de março de 2015

O fino da bola

Deu no Lancenet
LANCEPRESS! 12/03/2015 

Embalado por promessas, Flu precisa de 15 minutos para vencer Bonsucesso 
Gerson e Kenedy voltam a marcar na mesma partida e mantêm Tricolor entre os quatro primeiros colocados. 



2013-03-13

quinta-feira, 12 de março de 2015

Aterrissagem pré-histórica


No futuro, se futuro houver, esta imagem será admirada como símbolo da era romântica da exploração do cosmo.


Cápsula Soyuz vista sobre as nuvens de Dzhezkazgan, Casaquistão.
Foto: Bill Ingalls/Reuters (Estadão)

2015-03-13


quarta-feira, 11 de março de 2015

Quaresma socialista

Deu na Agência PT de Notícias, 10-11-2015

É hora de ter fé e renovar as esperanças, diz Dilma
Passeata dos metalúrgicos do ABC em protesto 
contra o aperto da porca ordenado pelo capataz 
da banca Joaquim Levy.  À frente do cortejo, 
membros do Diretório Nacional do PT 
vestidos a caráter escoltam o 
Instituto Santo Inácio Lula da Silva, 
recém-nomeado cardeal arcebispo 
de São Bernardo do Campo, que declarou: 
- É aí que a porca torce o nosso rabo! 


Foto: Igor do Vale/Futura Press/Estadão Conteúdo 
http://noticias.uol.com.br/album/album-do-dia/2014/09/06/imagens-do-dia---6-de-setembro-de-2014.htm#fotoNav=34  


2015-03-11

segunda-feira, 9 de março de 2015

Il padrino (republicação tempestiva)

Deu no Lancenet
Por Daniel Guimarães e João Matheus Ferreira - 12/11/2014
http://www.lancenet.com.br/vasco/Confirmado-Eurico-Miranda-presidencia-Vasco_0_1246675576.html#ixzz3KGtDTW00

Confirmado! Eurico Miranda volta à presidência do Vasco após seis anos



2014-11-12

domingo, 8 de março de 2015

Trilha sonora: Nick of Time






Nick of Time
Bonnie Raitt

A friend of mine, she cries at night
And she calls me on the phone
Sees babies everywhere she goes
And she wants one of her own

She's waited long enough she says
And still he can't decide
Pretty soon she'll have to choose
And it tears her up inside

She is scared,
Scared to run out of time

I see my folks are getting on
And I watch their bodies change
I know they see the same in me
And it makes us both feel strange

No matter how you tell yourself
It's what we all go through
Those lines are pretty hard to take
When they're staring back at you

Oh Oh Oh, scared you'll run out of time

When did the choices get so hard
With so much more at stake
Life gets mighty precious
When there's less of it to wa-a-a-aste

Mmm-m-m-m-m-m

Mmmmmmm, scared you'll run out of time

Just when I thought I'd had enough
And all my tears were shed
No promise left unbroken
There were no painful words unsaid

Yo-o-o-u came along and showed me
I could leave it all behind
You opened up my heart again
And then much to my surprise

I found love, baby, love in the nick of time
(Love in the nick of time)
I found love darlin', love in the nick of time
(Love in the nick of time)
I found love baby, love in the nick of time

Ooooooo-ooo-ooo-whoo-ooo
Yeah baby

Uhhhhh-huh-uh

Found love...
In the nick of time...

Thought I'd given up...
Given up baby...

Oh ooo wo ooo wo

segunda-feira, 2 de março de 2015

E o superavit primário levou...

Deu na Folha de São Paulo 
Por Eduardo Cucolo e Gustavo Patu 27/02/2015 
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/02/1595858-levy-diz-que-desoneracao-da-folha-era-grosseira-e-nao-protegeu-emprego.shtml

Levy diz que desoneração da folha era 'grosseira' e não protegeu emprego
Foto: Ueslei Marcelino (REUTERS)/El País Brasil

2015-03-02

domingo, 1 de março de 2015

Trilha sonora: Bye Bye Brasil
















Bye, Bye, Brasil
Chico Buarque e Roberto Menescal

Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor
No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance lá na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol, Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a benção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou
Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tenho tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô a fim de encarar um siri
Com a benção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr