domingo, 1 de janeiro de 2012

Queima de fogos em Bagdá.


Em março de 2003, a queima de fogos de destruição em massa intitulada Shock and Awe (Choque e Pavor, leia-se puro terror) abriu umas das mais devastadoras operações de guerra (mais de 100 mil civis mortos) já organizadas pela moderna “comunidade internacional” (capital financeiro, Casa Branca, OTAN e grande imprensa) contra os povos da periferia mundial – com base em um conjunto de alegações comprovadamente falsas pelas quais nenhum chefe político (Bush, Rumsfeld, Blair, Aznar e outros) foi ainda convocado a prestar contas no Tribunal Criminal Internacional. 

Nove anos depois, a mesma “comunidade internacional” anda flertando com a reedição da catástrofe iraquiana no Irã, desta vez por causa do programa nuclear dos aiatolás. Apreensivos e desconcertados, os povos se perguntam por que os padres, pastores e rabinos (clandestinos) podem ter bombas atômicas e os aiatolás não.

O planeta precisa desesperadamente de fontes de energia outras que não o petróleo, mas parece que as potências ocidentais, com seus Estados semi-falidos e seus banqueiros afogados num emaranhado de papagaios financeiros “micados” que nem eles mesmos sabem como deslindar, precisam desesperadamente de mais petróleo do que já têm assegurado, nem tanto para consumir, talvez, quanto para lastrear novos cacifes financeiros com que continuar fazendo a roleta girar. Produzir, lamentavelmente, não dá lucro bastante. A solução é especular. 

Se Wall Street não for efetivamente ocupada por quem vive do próprio trabalho, corremos o risco de entrar 2013 ainda em 2012 assistindo pela TV, incomodamente instalados em nossas melhores poltronas, na companhia de amigos e familiares, à queima de fogos de destruição em massa em Teerã.

Que Deus e Alá e todos os outros ouçam, pelo menos desta vez, os nossos votos por um feliz 2012.

2012-01-01